Rafaella

Minha doce,
minha pequena,
meu tesouro,
meu jasmim.

Deus te trouxe
a este mundo
tão preciosa,
querubim.

Seja sempre abençoada!
És sublime!
Minha vida!
Meu anjinho,
amor sem fim.

Woman in art

É o que há!!

Um bom cabernet
Uma grande amiga
Um belo papo

Risos

Alquimias
Confissões
E sete chaves!

(C-Lanner)

Alguém ou todos

Estava ali o tempo todo
Observava tudo

Imóvel
Parecia impassível

Não!
Pasmado!
Imprevisível

Não lhe faltava grandeza
O que causava certa estranheza

Letárgico
Mas não isento
Estupefato
Mas impotente

Presenciava a força propulsora
Do contra-senso imanente

Precisava de uma catarse
Ou de uma síncope
Ou um tanto de dureza
Ou de alguma rudeza

Estava a ponto de admitir
O inadmissível

De superar
O insuperável

De aquiescer
O ‘inaquiescível’

A avassaladora e implacável
Aviltante e intolerável
Devastação da natureza

(C-Lanner)

Kandinsky - esboço para composição VII - 1913

IN

Inoportuno
Inopinado
Inesperado
Inoperante
--
Inadequado
Incorrigível
Indesejado
Inconveniente

--

Indubitável
Irrecorrível
Imprescindível
Incoerente

--

Indecifrável
Indisponível

Insofismável
Independente

--

Inusitado

Indescritível

Indispensável

Inebriante

--

Intenso!

(C-Lanner)

Desabafo

Ah, pessoa pífia...
Pasmaste,

Quando teu pensamento parvo
Pejorativo, parco
Pra lá de patético
Não padeceu dentro de mim
---
Passa-fora
Pereceste
Nada perduras-te
“Patavinas”, na verdade
---

Pondero.

---
Pretendo
Postergar...
Prudentemente,

---
À eternidade...
Conscientemente,

---

A perda em deixar-te,

---

Aproximar-se de mim...

Novamente.

---
Ponto.
Precavida!

(C-Lanner)

"Soft, Construction with Boiled Beans" by Salvador Dali

O mundo, não sei ..... é quem faz!

Nada é tão fugaz quanto o próprio existir
Exista para mim
E pra mim
Vais existir

Muito sabes do que passaste
Pouco sei
Daqui a pouco

Esqueça coisas pequenas
Esqueça as irrelevâncias

Nada importa!

Existo hoje
Existo agora
Existimos nós

Tão
Bem
.....
Amanhã?
.......
Não sei.

Levo-te na minha memória
.....
Lá perpetuarás....
No todo facho
Da minha existência!

(C-Lanner)

Picolla Mia - (anche per mio nonno!)

Lá vem ela
De mansinho
A 'pasito'
Andarilha

Uma vida de aromas
Os sabores mais diversos
O sovado bem fresquinho
É o quê conclui o verso

Quero ouvir tuas histórias
E se mesmo repetidas
São de tanta
E só ternura
Que a elas
Sou ouvidos

E o bolo de laranja
Só em pensar
E sinto o cheiro
Tua pele enrugadinha
Um convite
Para um beijo

Lembro a cuca italiana
Com raspinhas de limão
Me reportam ao passado
Me conduzem até então

Sempre tanta gostosura
Sempre tão peculiar
De lembrar o que fazias
Sinto logo....é meu lar

Polenta do Paco
Café com leite
Goiabeira

Caqui maduro
Bagunça do 'nonno'
Casa cheia

Reminiscências da vida
Que tenho dos 'nonnos'
Que encerro na alma
E guardo inteiras

(C-Lanner)

Eu...comigo

Eu....comigo

Quanto mais sozinha fico
Mais estou acostumada

Posso estar tão só comigo
mas assim,
acompanhada

Posso estar
bem ao seu lado...
...excluída,
desolada

Palavras!

Arremessos inúteis
em direção ao nada

Pra quê palavras
se totalmente ignorada
Pra quê tentar
se sempre mal interpretada

Preocupa o momento
em que qualquer atenção
possa ser definitivamente
dispensada!

Sempre a me entreter
com minha própria companhia
Prestes a perceber
inexiste sintonia
Urge me livrar
do fel sabor dessa agonia

Surpreenda!
Ouça!
Pense!
Aja!

Ainda há tempo!

(C-Lanner)
ilustração: 'Flaming June', Frederic Lord Leighton, 1895

Poema triste

Poema Triste

"Quero minha vida de volta!"
Disse ela transtornada,
Profundamente revoltada
...enfraquecida
Pelo quê a vida lhe fez

Nada poderia ser mais tocante
A inexorabilidade da vida
Se dá num instante
Num segundo, talvez

Passaram por sua cabeça seus momentos felizes
Quis reviver até os mais tristes
Desde que Deus não consentisse
Esse único sofrimento, outra vez

Pensou sobre a existência de Deus
Ponderou que se Ele existisse
Por que teria permitido isso

Qual o motivo de tanta insensatez

Lembrou de seus filhos
E da própria infância
Quis voltar no tempo
Brincar às margens do rio,
Tão somente, mais uma vez!

Pena!
Não era mais possível
Esperava um milagre
Uma descoberta incrível
Ou que, ao menos, Deus desistisse
De tão implacável avidez

Esta seria sua única chance
Mas ainda havia alguma
De iniciar tudo,
Tudo, outra vez!


(C-Lanner)
ilustração: Old Man in Sorrow - Vincent Van Gogh, 1890

Pai

PAI

Tão distante estás de mim
Que amargo!
Entristeço

É que às vezes me pergunto
Se por ter passado tanto,
Tanto tempo na memória
É verdade que vivi
minha vida em tua história

Nada tão simplista assim
É que minha mente inglória
Questiona a todo instante
O que encontro na memória

Esqueço mágoas
Relembro fatos
Crio monstros
Mas não lembro a tua voz

Triste de mim
Que descubro no efêmero
O pouco que podemos deixar de nós

Antes estavas aqui
Mas para sempre fostes embora
Superar é assim mesmo

Cicatriza com o tempo
Isto é certo... uma hora

Fatalista
Equivocada
Inopino

Logo vejo
Isto que estou sentindo

É....
Não passa de um bordejo

O tempo todo estás aqui!

Mas é pouco

Não esqueço!
Tão distante estás de mim
Só que em mim

Te reconheço!


(C-Lanner)

ilustração: 'Sad Girl' - Kamal Med Ahmad Al Dhaou - Sudão (2006)

Arte

Arte

És desconcertante
Inspiras
Diletante

Ah....se pudesse entender
os meandros de teus mistérios...

Bem-aventurados aqueles
que tão profundo encontro
conseguem ter contigo.

(C-Lanner)

ilustração: Rodin - 'Danaid' (1889)

Poeminho do Contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

Mário Quintana 1978

(Foto: Moisés RLC )

Me esqueça!

Me esqueça!

Suma
Desapareça
Me esqueça

Chega de me consumir

Cansei de te suportar

Preciso de ti me livrar

Risque meu nome

Apague meu telefone

Pare de me importunar

Não quero mais promessas

Estou cheia de suas peças

Pare de atuar

Não me canse com choradeira

Não me invada com baboseira

Exijo de ti escapar

Me livre desse suplício

Não sou mais o seu vício

Chega de sacrifício
Preciso desintoxicar

Que algo te devore

Por favor, não me implore

Nada mais te socorre

Pare de me atordoar
Chega de me invadir
Não há como te dissuadir
Mas não vou mais permitir
Pare de me sufocar
Não sou mais atriz

Já escapas-te por um triz

Suma da minha frente!

Desta vez sou eu quem diz:

Quero ser feliz!

(C-Lanner)

ilustração: Salvador Dali - Don Quichotte Metamorphose

Percalços

Percalços

Reflito,
Vacilo,
Imponho,
Conflito!

Impulso,
Repenso,
Entendo,
Entrave!

Desabo,
Levanto,
Retomo,
Instinto!

Espero,
Cautela,
Esforço,
Conspícuo!

Não temo temer,
temo cansar,
Não penso esquecer,
penso deixar,
Não ouso perder,
persisto

lutar!

(C-Lanner)

"The Scream" - Edvard Munch - 1863

Encantamento!

Nelson Jungbluth

(1. Dança nº 05 - acrílico sobre duralex)

Excepcional desenhista e pintor nascido em Taquara, RS, 1921. Realiza exposições periodicamente em Porto Alegre, cidade onde vive e trabalha inclusive com técnicas gráficas como a serigrafia.

Tênue percepção

MoisésRLC

Fotógrafo gaúcho de extremo talento e sutileza, em suas fotos demonstra grande sensibilidade ao perceber os pequenos espetáculos que a natureza proporciona.

Vale a dica!

Veja mais fotos em

http://www.wunderground.com/blog/MoisesRLC/show.html

Bobocha

Bobocha

Vinte e quatro horas,
Vive uma borboleta.
O tempo de uma vida,
Num piscar de olhos se esvai.

Fugaz é a borboleta!
Efêmera é a vida!

Um estalar de dedos,
O estrondo da porta que bate,
O estouro de uma onda.

Num piscar de olhos, tudo se vai!

Na metáfora do inseto
Na proporção da vastidão
Um segundo da nossa história
A eternidade da borboleta!

Sair do casulo,
Voar para a vida,
Partir.

Perceber...

...Mas o imperceptível...,
...A velocidade do tempo!
(C-lanner)

Ron Mueck

O "ultra-realismo perturbador" de Ron Mueck

Gigantes quase reais
Escultor australiano expõe nos EUA quatro peças que impressionam, seduzem e incomodam o olhar dos visitantes
Blake Gopnik Do Washington Post
Fotos: Robyn Beck / AFP

‘‘São quase de verdade.’’ É com esse slogan que Ron Mueck, um escultor australiano de 44 anos que mora em Londres, anuncia suas obras. Sem constrangimentos, cai no clichê do ‘‘só faltam piscar para estarem vivas’’ e desde julho atrai multidões ao museu Hirshorn, em Washington, nos Estados Unidos.
Os trabalhos em exposição no Hirshorn representam apenas um quarto da última produção de Ron Mueck. Mesmo assim são suficientes para captar sua complexidade e profundidade. No corredor central do museu está a obra que mais chama atenção: o Big Man (Homem Grande). Feita de resina de poliéster, a escultura incomoda e choca. É um homem imenso (ele teria cerca de 4m se ficasse de pé), gordo e completamente nu. Encostado na parede, o homem parece triste e contempla o nada.

Veja mais em
http://www2.correioweb.com.br/
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/gallery/2005/12/29/GA2005122900888_index_frames.htm?startat=1

Profusão

Profusão

Entre formas e cores, não me aproximo da arte,
mas me aproximo de mim,

O quanto posso desbravar do que desconheço,
O quanto merece ser descoberto do que não sei
Quantas cores podem envolver um ser,


Mergulhar num rio enebriante
Envolto em cores e formas

Desaguar no mar atormentado dos meu pensamentos
Despertar uma profusão de sentimentos

E no palco da vida....representá-la!
Impreterivelmente,
A cores!
(arte e poesia:C-Lanner)